O que é o Espiritismo, perguntas e respostas
Quem sou?
De onde vim?
Para onde vou?
Já refletiu sobre isso? Não?!
Como é bom saber que a vida continua, que iremos rever nossos parentes queridos e que a morte é apenas uma porta pela qual não só se vai como se volta, através da reencarnação.
Ter certeza da existência de Deus e saber que Ele é justo e nada se perde. Saber que não estamos desamparados, pois Jesus, emissário divino, está no leme de nossas vidas.
Síntese doutrinária
Doutrina filosófica com fundamento científico e consequências religiosas, o Espiritismo tem como base a existência de Deus e a evolução espiritual do Homem.
No campo científico, o Espiritismo faz a prova da sobrevivência da alma, investiga o fato mediúnico e pesquisa todas as questões relativas às percepções extrassensoriais do ser.
Como Filosofia espiritualista, o Espiritismo ensina as doutrinas da reencarnação e da pluralidade do mundos habitados; e que o livre-arbítrio e o determinismo coexistem na lei de causa e efeito, não admitindo castigo divino ou penas eternas.
Como religião, o Espiritismo não aceita a fé cega: “É a religião do foro íntimo, da consciência e do culto interno: não tem ritos, sacramentos ou cerimoniais (litúrgicos) e seus profitentes se caracterizam pela preocupação constante de se fazerem, cada vez mais, seres melhores”. O Espiritismo, como religião, orienta o Homem no sentido do ensino moral do Evangelho do Cristo.
A Codificação do Espiritismo
A Codificação do Espiritismo, isto é, o seu aparecimento como Doutrina organizada, data da publicação de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, em 18 de abril de 1857, graças ao trabalho de Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, natural de Lyon, na França, onde nasceu em 3 de outubro de 1804, trazendo, em sua nova romagem pelo Planeta, a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo.
Codificação é: converter informações em padrão de representação, de maneira que a forma original possa ser recuperada.
A Codificação do Espiritismo está unificada nas chamadas obras básicas, que constam dos seguintes volumes:
- “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, elucida, com clareza, lógica e precisão, os inquietantes problemas da vida e da morte. Escrito mediante ditado dos Espíritos Superiores, é a expressão do pensamento deles, tendo cabido a Kardec o notável trabalho de ordenar os assuntos e completá-los com excelentes comentários e notas elucidativas.
- “O LIVRO DOS MÉDIUNS”, apareceu em janeiro de 1881, tratando da parte experimental e científica da Doutrina e especificamente da mediunidade.
- “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, apareceu em abril de 1864, e estuda os ensinos morais de Jesus; é a parte religiosa da Doutrina.
- “O CÉU E O INFERNO OU A JUSTIÇA DIVINA SEGUNDO O ESPIRITISMO”, publicado em agosto de 1865, reúne casos de espíritos, mostrando suas situações pós-morte.
- “A GÊNESE , OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES”, surgiu em janeiro de 1868, é uma obra de caráter científico, estudando a gênese planetária, orgânica e espiritual do nosso mundo.
Extensa é a bibliografia complementar das obras básicas, com variados trabalhos de eminentes escritores e cientistas, tais como León Denis, Ernesto Bozzano, Gabriel Delanne, Sir William Crookes, Camille Flammarion, entre outros; além da literatura mediúnica, na qual se sobressaem os livros psicografados pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Divaldo P. Franco.
Espíritas diante da morte
Toda religião procura confortar os Homens, ante o mistério da morte.
- A Doutrina Espírita não apenas consola, mas também alumia o raciocínio dos que indagam e choram na grande separação.
Toda religião admite a sobrevivência após a morte.
- A Doutrina Espírita não apenas patenteia a imortalidade da vida, mas também demonstra o continuismo da evolução do ser, em esferas diferentes da Terra.
Toda religião afirma que o mal será punido, para lá do sepulcro.
- A Doutrina Espírita não apenas informa que todo delito exige resgate, mas também destaca que o inferno é o remorso, na consciência culpada, cujo sofrimento cessa com a necessária e justa reparação.
Toda religião ensina que a alma será expurgada de todo erro, em regiões inferiores.
- A Doutrina Espírita não apenas explica que a alma, depois da morte, se vê mergulhada nos resultados das próprias ações infelizes, mas também esclarece que, na maioria dos casos, a estação terminal do purgatório é a Terra mesmo onde reencontramos as consequências de nossas faltas, a fim de extingui-las, através da reencarnação.
Toda religião fala do céu como sendo estância de alegria perene.
- A Doutrina Espírita não apenas mostra que o céu existe, por felicidade suprema, no espírito que sublimou a si mesmo, mas também elucida que os heróis da virtude não se imobilizam em paraísos estanques a que, por mais elevados, na hierarquia moral, volvem a socorrer os irmãos da Humanidade, ainda situados na sombra.
Toda religião encarece o amparo da Providência Divina às almas necessitadas.
- A Doutrina Espírita não apenas confirma que o amor infinito de Deus abraça todas as criaturas, mas também adverte que todos receberemos, individualmente, aqui ou além, de acordo com as nossas obras.
Os espíritas, pois, realmente não podem temer a morte que lhes sobrevém, na pauta dos desígneos superiores.
Para eles, a desencarnação, em atendimento às ordenações da Vida Maior, é o termo de mais um dia de trabalho santificante, para que se ponham, de novo, a caminho do alvorecer.
(Texto de EMMANUEL psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.)
Algumas perguntas sobre assuntos espíritas
O Espiritismo é Ciência, Filosofia ou Religião?
É uma Doutrina de tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso. O Espiritismo é baseado em fatos. A investigação dos fatos (causa) fica no campo da Ciência; a especulação acerca da origem deles, isto é, sobre o porquê daquilo que vemos e constatamos pertence à Filosofia; e o fim prático deste conhecimento científico-filosófico está na influência que o mesmo vai exercer no indivíduo; isto é, na sua transformação, o que pertence ao domínio da moral. “A certeza da realidade do mundo espiritual nos leva a cogitações mais profundas e mais graves, que dizem com a vida interior de cada um de nós”. Sintetizando: dos princípios filosóficos, decorrentes da constatação dos fenômenos, resultam as consequências morais, que constituem a verdadeira Religião.
Qual a posição do Espiritismo face a Ciência?
O Espiritismo não teme a Ciência. Allan Kardec ensina: “O Espiritismo, marchando com o progresso, nunca será ultrapassado, porque se novas descobertas demonstrarem que ele está em erro num ponto, ele se modificará nesse ponto. Se uma nova verdade surgir, ele a acolherá”. Eis por que o método seguido por Kardec na Codificação do Espiritismo se acha tocado de acentuado cunho científico, no que foi seguido pela ação investigadora de eminentes vultos do saber humano, a citar-se, entre outros, Sir William Crookes, Alfred Russel Wallace, Cesare Lombroso, Camile Flammarion, William Barret, Oliver Lodge, Alexander Aksakof, Arthur Conan Doyle, Gabriel Delanne, Gustave Geley e Charles Richet.
Na atualidade esses importantes estudos ganham nova dimensão com as pesquisas da Parapsicologia, tendo o eminente cientista Dr. J. B. Rhine, professor da Universidade de Duke, Estados Unidos da América, iniciado a terceira fase de suas experiências, visando comprovar a sobrevivência da alma e a comunicabilidade dos espíritos. Em seu livro “O Alcance do Espírito”, ele deixa claro suas conclusões a esse respeito.
Por outro lado, também, a reencarnação está sendo investigada cientificamente, sobressaindo neste campo, os estudos do Dr. Ian Stevenson, médico neuropsiquiatra da Universidade de Virginia, Estados Unidos da América, que publicou o volume “20 Casos Sugestivos de Reencarnação”. Igualmente os cientistas Raikov, na Rússia, e Benarjee, na Índia, estudam seriamente o princípio reencarnacionista com pesquisas sobre a memória extracerebral.
O Espiritismo, no seu aspecto religioso, dispõe de liturgia própria?
De que modo ele deve ser entendido como religião?
O Espiritismo não se orienta por nenhuma liturgia: não tem ritos, sacramentos, nem cerimoniais; não acende velas, não faz promessas, não queima incenso, não faz defumações, não admite adoração de imagens, não celebra batizados, casamentos ou encomendações, como atos sacramentais. Não dispõe, também, de sacerdócio organizado, seus adeptos são artífices da própria evolução e recebem orientação na extensa bibliografia doutrinária e nos núcleos do movimento espírita.
Mas, mesmo não tendo nada disso, ou melhor, precisamente por isso, por não alimentar nenhum culto externo é que se faz mais autêntico o aspecto religioso do Espiritismo. Atente-se que liturgia é uma coisa, religião é outra. Liturgia é a moldura externa das religiões, “é a indumentária, menos ou mais aparatosa e enfeitada, com que se pretende materializar o sentimento religioso”. Religião é a religação consciente da criatura com o Criador. “Na verdade, podemos prescindir de todo e qualquer panejamento litúrgico conservando incólume a Religião, ou antes, a consciência religiosa”. O Espiritismo anima apenas o culto interior manifestado em atos internos de fé, pela prece, e de amor, pelo trabalho em prol dos semelhantes, sem ideia de recompensa. O objetivo religioso é espiritualizar o Homem, de vez que assim este se aproxima progressivamente de Deus. Ora, é precisamente esta a missão do Espiritismo. “Sua obra é de educação e tem por objetivo melhorar o indivíduo, despertando-lhe as faculdades psíquicas latentes, a fim de que se torne um colaborador de Deus, no que respeita à evolução moral e espiritual de si mesmo”. Com tal contexto, o Espiritismo se afirma como lídima revivescência do Cristianismo na pureza e na simplicidade dos tempos de Jesus e da época apostólica. E assim, realmente, é, pois, desde seu advento, o Espiritismo vem apresentando o Evangelho, interpretado segundo o Espírito que vivifica, como o Código Supremo de Conduta Humana para todas as épocas e para todas as circunstâncias. É deste modo que o Espiritismo deve ser entendido como Religião.
O Espiritismo admite a existência das “penas eternas”?
Allan Kardec, com lógica cristalina, faz este raciocínio: “Só um ser infinito pode fazer algo infinito. O Homem – finito em suas virtudes, nos conhecimentos, no poderio, nas aptidões e na própria existência terrestre – não pode produzir senão coisas finitas, limitadas”. Assim o mal, o erro, o chamado pecado praticado por ele é sempre finito (no tempo e no espaço). Como, então, para um pecado finito, Deus aplicaria um castigo infinito, eterno? Uma justiça assim manca, repugnaria ao último dos juízes terrenos. Como se poderia atribuí-la a Deus que detém todas as virtudes em grau infinito”? Na verdade, admitir-se as “penas eternas” é rebaixar a Justiça de Deus a nível inferior a dos Homens, que aplicam as penas proporcionalmente à gravidade dos crimes e que já concluíram ser possível a regeneração de criminosos através de processos adequados.
A Doutrina Espírita veio estabelecer que “céu”, “purgatório” e “inferno” são essencialmente estados da alma.
Então qual a concepção do Espiritismo sobre a Justiça Divina?
Segundo o Espiritismo, Deus não castiga nem premia, antes aciona a Justiça Universal através de sensível mecanismo da lei de Causa e Efeito, que estabelece: “a cada um segundo as suas obras”; “cada um pagará suas dívidas até o último ceitil”. Para aperfeiçoar-se gradativamente, o Espírito reencarna tantas vezes quantas forem necessárias. Cada planeta é uma escola de aperfeiçoamento e cada nova existência (reencarnação) representa para o Espírito, mais uma promoção na escola. Daí se conclui que Deus não cria a alma no instante do nascimento de uma criança, pois se tal acontecesse, ele seria injusto, visto que criando as pessoas diferentes, como de fato somos (boas umas, más outras), já as teria destinado umas ao bem outras ao mal. E as que nascem aleijadas, cegas, mudas, etc.? Que crime cometeram? Quando? Onde?
O Espiritismo, por meio de comunicações recebidas do mundo invisível, em todos os tempos, bem assim, através de fatos cientificamente comprovados, afirma que já vivemos antes desta existência e tornaremos a viver; que ninguém sofre por mero acaso nem por culpa de outrem, pois o sofrimento tem sempre uma causa por nós mesmos gerada nesta ou em existência anterior; que muitas vezes recebemos em nosso lar, como filhos, aquele mesmo inimigo do passado, para que se cumpra a lei da Reparação; que, possivelmente, o mudo de hoje foi o caluniador de ontem e o atual indigente bem pode ter sido o rico explorador na precedente existência. Mas tais sofrimentos não significam castigo divino: antes representam o amorável Processo Divino de Reeducação, que tem por fim a evolução da alma rumo à Verdade. Cada nova existência é mais uma oportunidade que a Misericórdia do Criador Supremo concede a seus filhos para evoluírem. Suas leis, sábias e justas, permitem ao Homem realizar em novas existências o que não tenha sido possível terminar na anterior.
O que se deve entender por “médium” ou por “mediunidade”?
“Médium” é o indivíduo (homem ou mulher) dotado de faculdade especial, que lhe permite sentir, receber e transmitir a outros a influência dos Espíritos. Ele é o intermediário, medianeiro, entre o mundo extrafísico e o mundo físico. Esta faculdade denomina-se “mediunidade” e se apresenta sob muitos aspectos, podendo-se englobá-la em duas grandes divisões: de efeitos físicos e de efeitos inteligentes. Quanto aos “médiuns” são eles chamados conforme suas aptidões e estas se apresentam muito diversificadas.
Vale citar as mais comuns: médium vidente, o que enxerga os Espíritos, audiente, aquele que os ouve, psicofônico, o que recebe a mensagem dos desencarnados e a transmite pela voz; psicógrafo, aquele que a transmite pela escrita.
Existem “alto” e “baixo” Espiritismo?
Quando se desprende do corpo que animava aqui na Terra e o abandona definitivamente, o Espírito ingressa no Plano Espiritual levando todos os seus defeitos e virtudes, pois a morte não redime nem santifica ninguém. Sendo assim e considerando-se que a atração e o relacionamento dos Espíritos obedece à lei de Afinidade, é fácil admitir-se que lá como aqui, existem comunidades evoluídas e também o submundo moral, no qual medram a maldade e a ignorância com todas as suas implicações: é o “astral inferior” da terminologia espírita. O intercâmbio entre os Espíritos já libertos do corpo físico e os que nele ainda se encontram, é realizado através do mediunismo. E esta, quando a serviço das faixas de baixa evolução, nos dois Planos, propicia autênticos conluios para a prática de atividades malsãs. A isso, pessoas mal informadas teimam em chamar de “Baixo Espiritismo”, denominação tão inadequada quão injusta, pois no âmbito da Doutrina Espírita, o mediunismo está sempre a serviço de bem.
Oportuno lembrar, ainda, que o Espiritismo nada tem a ver com cartomancia, quiromancia, consultas por meio de “búzios” e coisas semelhantes, e que o Movimento Espírita – para dinamizar os postulados da Doutrina realiza todo seu atendimento gratuitamente.
Resposta à pergunta: “Não existem “Alto Espiritismo” e nem “Baixo Espiritismo”. A Doutrina Espírita não tem graduações nem apresenta oscilações; projeta-se, invariavelmente, no mesmo nível, objetivando dignificar a vida e iluminar as almas rumo à perfeição.
Como o Espiritismo vê os outros sistemas religiosos ou filosóficos?
Todos os esforços, todas as correntes religiosas ou filosóficas que objetivem apressar a evolução moral e espiritual do Homem são respeitáveis. O Espiritismo, no dizer de Allan Kardec, “respeita todas as crenças religiosas; e um de seus efeitos é desenvolver a consciência religiosa nos que a não possuem e fortalecê-la nos que a tenham vacilante.
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