Homeopatia à Luz do Espiritismo
“(…) A Homeopatia é formada de componentes precipuamente leves, basicamente de elementos sutis, a própria dinamização indica uma rarefação dos seus componentes e é nesta hora que o elemento homeopático atua tão poderosamente no perispírito, ou seja, nos enquistamentos, nas formas-doença, nas dores, nos males que estão encrustados tão somente no corpo perispiritual.”
Balthazar – Livro: Instruções dos Espíritos, capítulo IV.
A eficácia dos medicamentos homeopáticos
Um dos argumentos daqueles que duvidam da eficácia dos medicamentos homeopáticos é com relação à baixa concentração de substância ativa nas suas formulações, devido às diluições sucessivas. Os defensores da Homeopatia argumentam que o processo das diluições seguidas do processo de sucussão, potencializa o poder terapêutico da formulação homeopática.
Nesse artigo vamos nos ater ao entendimento do processo de preparo dos medicamentos homeopáticos, utilizando as definições que regulam esses medicamentos. Vamos apresentar conceitos sobre a matéria e sua estrutura, de acordo com a Doutrina Espírita. Traremos também, a visão dos espíritos a respeito da Homeopatia e da sua atuação.
Entendendo a Homeopatia
Definições extraídas da Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ª edição – 2011.
Medicamentos Dinamizados: são medicamentos preparados a partir de substâncias que são submetidas a triturações sucessivas ou diluições seguidas de sucussão (Figura 1), ou outra forma de agitação ritmada, com finalidade preventiva ou curativa a serem administradas conforme a terapêutica homeopática, homotoxicológica ou antroposófica.
Medicamentos homeopáticos: são medicamentos dinamizados preparados com base nos fundamentos da Homeopatia, cujos métodos de preparação e controle estejam descritos na Farmacopeia Homeopática Brasileira, edição em vigor, outras farmacopeias homeopáticas, ou compêndios oficiais reconhecidos pela ANVISA, com comprovada ação terapêutica descrita nas matérias médicas homeopáticas ou nos compêndios homeopáticos oficiais reconhecidos pela ANVISA, estudos clínicos, ou revistas científicas.
Figura 1 – Sucussão Mecânica
O medicamento homeopático
O medicamento homeopático pode ser derivado de plantas, animais ou minerais. O farmacêutico homeopata transforma essas substâncias em medicamentos homeopáticos através de uma técnica especial chamada dinamização. Essa técnica libera as propriedades medicinais da substância original. Existem aproximadamente 2000 substâncias cujos efeitos específicos no corpo foram testados. Os medicamentos homeopáticos estão disponíveis em diferentes formas farmacêuticas (preparações): tabletes, glóbulos, líquidos, pós, comprimidos, entre outras.
Como podemos observar o argumento para a ação dos medicamentos homeopáticos é que o processo diluição e sucussão da substância utilizada, ou seja, dinamização diminui a concentração material dessa substância, mas aumenta a ação homeopática.
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Os Espíritas e a Homeopatia
Os Espíritas são os que mais utilizam os medicamentos homeopáticos e o principal motivo é a maneira como entendemos os mecanismos da Lei de Deus, tanto no aspecto material como no moral, facilitam o entendimento do funcionamento do medicamento homeopático, principalmente no que diz respeito à visão que o Espiritismo tem sobre o que é a matéria e a sua constituição, visão esta que está plenamente alinhada com os conceitos da Física Quântica. O outro motivo é que nos enxergamos como espíritos, que tomamos periodicamente um corpo físico, e um conjunto perispiritual que permite a interação entre esses dois extremos.
Os mecanismos que explicam essa relação
A matéria sob a ótica da Doutrina Espírita
Kardec, durante a Codificação, trouxe para nós a revelação de que toda a matéria existente no Universo tinha sua origem em uma matéria elementar primitiva, que foi chamada de Fluido Cósmico Universal. Isso ficou claro já na confecção de O Livro dos Espíritos e foi aprofundado em A Gênese, no capítulo XIV, que trata de fluidos. O que nos chama a atenção é que nas questões 34 e 34a) os espíritos nos revelam o que hoje as experiências dos aceleradores de partículas comprovam.
Pergunta 34 de O Livro dos Espíritos: “As moléculas têm forma determinada?”
“Certamente, as moléculas têm uma forma, porém não sois capazes de apreciá-la”.
Sub pergunta 34 a: “Essa forma é constante ou variável?”
“Constantes a das moléculas elementares primitivas; variável a das moléculas secundárias, que mais não são do que aglomerações das primeiras. Porque, o que chamais de molécula longe ainda está da molécula elementar.
Figura 2 – Molécula da Água
Os espíritos nos falam que o que consideramos como moléculas são formadas de moléculas muito mais sutis, que podem chegar até uma molécula que eles chamaram de elementar. Considerando que as moléculas são compostas por átomos e os átomos por prótons, nêutrons e elétrons, podemos concluir que essas partículas também são aglomerações das suas respectivas partículas elementares. (Figura 2)
Temos ainda as informações complementares e mais detalhadas que André Luiz nos dá no livro Mecanismos da Mediunidade, a respeito do átomo e das suas partículas, que são fundamentais para o entendimento dessa matéria sutil.
Matéria mental — Corpúsculos mentais — Livro Mecanismos da Mediunidade — André Luiz – Capítulo 4
“(…) Temos, ainda aqui, as formações corpusculares, com bases nos sistemas atômicos em diferentes condições vibratórias, considerando os átomos, tanto no plano físico, quanto no plano mental, como associações de cargas positivas e negativas. Isso nos compele naturalmente a denominar tais princípios de “núcleos, prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais”, em vista da ausência de terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos apontamentos. (…)”
Matéria mental e matéria física
“(…) Assim considerando, a matéria mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos, obedece a princípios idênticos àqueles que regem as associações atômicas, na esfera física, demonstrando a divina unidade de plano do Universo. (…)”
André Luiz nos diz que mesmo a matéria sutil que está presente no mundo dos desencarnados é estruturada como o átomo da matéria física, só que em condições vibratórias que variam de acordo com a sutileza dessa matéria. Ou seja, confirma a mesma linha de raciocínio que os espíritos utilizaram com Kardec, a respeito das moléculas.
A matéria vista pela Ciência
As experiências com os aceleradores de partículas proporcionaram a descobertas de uma série de subpartículas, que comprovam a revelação feita pelos espíritos sobre a estrutura da matéria sutil. A ciência continua em busca de partículas mais sutis.
O Homem na ótica espírita — o que somos?
Espírito – individualização do princípio inteligente, que tem uma estrutura diferente de toda a matéria existente no Universo.
Perispírito – um corpo uno e heterogêneo, pois é formado por estruturas, matérias, com diversas condições vibratórias que variam do Fluido Cósmico Universal puro, que está em contato com o espírito até uma matéria mais densa, que mantém afinidade com o corpo físico.
Corpo Físico – formado pela matéria densa característica do nosso planeta.
Esses dois princípios, o espiritual e o material formam juntamente com Deus, o que a Doutrina Espírita chama de “Trindade Universal”, que forma os elementos que constituem o Universo.
Os Fluidos – A Gênese – Capítulo XIV
- “(…) A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar ideia, é o ponto de partida do fluido universal; o ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. (…)”
Os Espíritos dizem que o perispírito é o produto mais importante do Fluido Cósmico Universal, exatamente porque ele é heterogêneo e é composto por essa variedade de estruturas materiais que vão da matéria mais pura até a estrutura material densa da matéria terrestre, o que possibilita a comunicação de extremos que pareciam tão distantes. É essa diversidade de estruturas materiais, que permite o espírito atuar no corpo físico, valendo a afirmativa de Kardec no livro Obras Póstumas — Manifestações dos Espíritos, item 10 — CELD:
“(…) Quando o ato parte da iniciativa do espírito, pode-se dizer que o espírito quer, que o perispírito transmite, e que o corpo executa. (…)”
Conclusão: A Homeopatia sob a ótica da Doutrina Espírita
Como informou o Espírito Balthazar, no texto do início do artigo, o medicamento homeopático é composto por substâncias sutis e que, por conta dessa constituição, são capazes de atuar no perispírito.
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Observando o processo de dinamização, podemos entender que as diluições seguidas de agitações sucessivas, feitas, por exemplo, em meio alcoólico, geram moléculas cada vez mais sutis, pela quebra das moléculas materiais, que, como informam os espíritos, não são mais do que uma aglomeração das moléculas elementares. Desse modo, há uma diminuição da concentração da substância química material e um aumento na concentração das moléculas sutis, que por afinidade de composição vão atuar no perispírito. É essa característica que faz com que os medicamentos homeopáticos atuem nas doenças instaladas no conjunto perispiritual em vários níveis de profundidade, dependendo do grau de dinamização utilizado.
A homeopatia trata “de dentro para fora”, a alopatia trata “de fora para dentro”.
“Onde entra a Homeopatia neste caso. Sabe-se que o efeito químico (alopático) é mais pesado, os elementos químicos não são sutis, eles atuam num nível quase que de plenitude com a própria matéria, ele não é um elemento leve, se você examinar a formação dos remédios e a ação medicamentosa, sabe que a química não é um material sutil, ao contrário é um material pesado, então, a química se aplica muito bem ao corpo físico e não tem quase nenhuma influência no corpo espiritual.”
Ao contrário do que muitos pensam, o uso dos medicamentos homeopáticos não excluirá do nosso futuro as formulações alopáticas, porque as primeiras têm uma atuação mais voltada ao perispírito, enquanto as alopáticas atuam no corpo físico. A justificativa para o uso de ambos os processos está baseada na abrangência de cada uma, por conta das respectivas constituições dos medicamentos e dos corpos em que atuam. A alopatia continuará evoluindo para a descoberta de medicamentos com atuação cada vez mais específica e por isso com mais eficácia e menos efeitos colaterais.
A tendência é que a prática homeopática aumente quando a ciência oficial absorver o conhecimento do perispírito, pois agirão com mais conhecimento de causa, enquanto isso os espíritos continuaram incentivando o uso da Homeopatia como instrumento para alcançarmos o equilíbrio orgânico, atuando no corpo espiritual, onde estão instalados diversos focos de doenças, causadas pelo desequilíbrio da nossa alma, e nós espíritas e mais alguns que acreditam no poder da Homeopatia, continuaremos a usufruir dos seus benefícios.
Se você que se aprofundar mais no tema, tem o livro Homeopatia e Espiritismo
Ele explica a afinidade extraordinária entre a medicina homeopática e a ciência espírita, evidenciada nos pontos em que esta trata problemas biológicos, médicos e terapêuticos.
Demonstra que o mecanismo da ação medicamentosa da homeopatia se assemelha aos efeitos dos fluidos, um dos objetivos de estudo do Espiritismo.
Tece judiciosos comentários sobre o Organon da arte de curar, obra fundamental de Hahnemann, e adverte que as concepções puramente materialistas da medicina não devem ser acolhidas pelos espíritas.
Texto de Paulo Nagae, retirado da Revista de Estudos Espíritas do CELD (Centro Espírita Léon Denis)
Boa noite! Estou fazendo um trabalho, Homeopatia e Espiritismo. Este artigo me ajudou muito no entendimento.