Espiritismo, o que é e como surgiu?
Espiritismo
Espiritismo é uma filosofia existencial de bases científicas e consequências religiosas, ele é uma filosofia na medida em que nos dá uma ideia a respeito da existência humana: De onde viemos, porque estamos na terra, para onde vamos. Ele tem bases científicas, porque o Espiritismo é baseado nas informações colhidas por Allan Kardec do plano espiritual e a necessidade de que essas informações passem pelo crivo da razão, que haja fatos que comprovem essa possibilidade de intercâmbio com o além, então Espiritismo é baseado em aspectos científicos também, onde através do processo mediúnico dentro daquilo que Kardec chamou de CONTROLE UNIVERSAL DAS MANIFESTAÇÕES, temos uma ideia de que é uma realidade a proposta que vem do mundo espiritual.
Allan Kardec submetia as perguntas que ele fazia os espíritos a vários médiuns, fazia uma investigação por meio de comparação
Kardec submetia as perguntas que ele fazia os espíritos a vários médiuns, fazia uma investigação por meio de comparação, para saber as semelhanças das respostas e verificando que havia identidade nas respostas ele poderia considerá-las como fruto de informações da espiritualidade, então é a base científica. E a consequência religiosa está no fato de que o espiritismo nos fala de Deus, da existência e sobrevivência da alma humana, nos fala a respeito da Justiça que cada um vai responder por aquilo que seja fazendo, nos fala dos valores da oração colocando-nos em contato com o mundo espiritual, enfim o espiritismo tem tudo aquilo que caracteriza uma religião, a religião tradicional. Só que ele é diferente, na medida em que ele não é feito de especulação. O Espiritismo é feito a partir dessas informações que vêm da espiritualidade, mas podemos notar que o teólogo normalmente ele imagina como é o mundo espiritual o que vai acontecer com a alma quando nós desencarnarmos, então para o teólogo é muito especulativo, daí nós temos tantas fantasias relacionadas com o Mundo Espiritual que caracterizam a teologia das religiões tradicionais.
Veja também:
- Alma existe? Reencarnação existe? Evidência científicas da sobrevivência da alma.
- Quem somos nós? Qual o sentido da vida? Para onde irei?
- Reencarnação, o que é? Para que serve?
O Espiritismo não é especulativo, todas as informações que vêm da espiritualidade, são baseadas em exclusivamente em informações, essas informações são testadas e então de repente, todos os princípios espíritas, eles têm um cunho de Revelação, que vem da espiritualidade e não de simples especulação de um teólogo qualquer.
Então podemos dizer, resumindo, que o Espiritismo é uma filosofia existencial que tem bases científicas e tem consequências religiosas.
Início de tudo
Durante o século XIX houve uma grande onda de manifestações mediúnicas nos Estados Unidos e na Europa. Estas manifestações consistiam principalmente de ruídos estranhos, pancadas em móveis e objetos que se moviam ou flutuavam sem nenhuma causa aparente. No final dos anos 1840 destacou-se o suposto caso das Irmãs Fox, nos EUA
O episódio de Hydesville
Hydesville é um vilarejo típico do Estado de Nova Iorque, com uma população primitiva, certamente semi-educada, mas, provavelmente, como os demais pequenos centros de vida americanos, mais livres de preconceitos e mais receptivos das novas ideias do que qualquer outro povo da época. Aquela povoação, situada a cerca de 32 quilometros da nascente cidade de Rochester, consistia de um grupo de casas de madeira, de tipo muito humilde. Foi numa dessas casas, que se iniciou o desenvolvimento que, atualmente, na opinião de muitos, é a coisa mais importante que deu a América para o bem-estar do mundo. Era habitada por uma honesta família de fazendeiros, de nome Fox — um nome, que, por curiosa coincidência, tinha sido registrado na história religiosa como o do apóstolo dos Quakers. Além de pai e mãe, de religião metodista, havia duas filhas morando na casa ao tempo em que as manifestações atingiram tal ponto de intensidade que atraíram a atenção geral. Eram as filhas Margaret, de 14 anos e Kate, de 11. Havia vários outros filhos e filhas, que não residiam aí, uma das quais Leah com 23 anos, que ensinava música em Rochester.
A casinha já gozava de má reputação, assim, passaremos imediatamente ao tempo da residência da família Fox, que alugou a casa a 11 de dezembro de 1847. Só no ano seguinte foi que os ruídos notados pelos antigos inquilinos voltaram a ser ouvidos. Consistiam de ruídos tipo arranhadura. Parece que esses ruídos não incomodaram a família Fox até meados de março de 1848. Dessa data em diante cresceram continuamente de intensidade. Às vezes eram simples batidas; outras vezes soavam como arrastar de móveis. As meninas ficavam tão alarmadas que se recusavam a dormir separadas e iam para o quarto dos pais. Tão vibrantes eram os sons que as camas tremiam e se moviam.
Quem bate?
Foram feitas todas as investigações possíveis: o marido esperava de um lado da porta e a mulher do outro, mas os arranhões ainda continuavam. Logo se espalhou que a luz do dia era inimiga dos fenômenos, o que reforçou a ideia de fraude; mas toda solução possível foi experimentada e falhou. Finalmente, na noite de 31 de março houve uma irrupção de inexplicáveis sons muito altos e continuados. Foi nessa noite que um dos grandes pontos da evolução psíquica foi alcançado, desde que foi nessa noite que a jovem Kate Fox desafiou a força invisível a repetir as batidas que ela dava com os dedos.
Conquanto o desafio da mocinha tivesse sido feito em palavras brandas, foi imediatamente respondido. Cada pedido era respondido por um golpe. Posto que humildes os operadores de ambos os lados, a telegrafia espiritual estava funcionando.
Como não era a primeira vez que o fato acontecia (sem causar nenhum dano, aliás) a menina Katherine, de 11 anos de idade, disse:
“Fazei como eu! Imitai-me!”
E bateu um certo número de palmas. O espírito imitoua, dando na parede o mesmo número de pancadas.
Estabelecera·se, assim, a telegrafia espiritual. Mrs. Fox, então, tendo ao lado o marido, pediu ao visitante que dissesse a idade de cada um de seus filhos, e o resultado do teste espantou a todos, ainda mais. Novas batidas se fizeram ouvir, fazendo o espírito uma pausa entre uma idade e outra.
É um ser humano que conversa comigo? ” — insistiu Mrs. Fox.
Silêncio angustiante.
“Será então um espírito? ”
Várias batidas foram repercutidas por toda a casa.
“Se for o espírito de um assassinado dê duas pancadas, ”
Duas pancadas foram dadas.
“O Crime foi cometido nesta Casa? “
Novas pancadas ecoaram.
“Se eu chamar os vizinhos para que também escutem continuará a bater? “
Um código
A resposta foi afirmativa e John D. Fox, rápido, foi buscar Mrs. Redfield; fez, então, um novo teste: perguntou que idade tinha ela e, surpresa, obteve do espírito a resposta correta. Em seguida entrou na casa o casal Duesler e novas informações foram obtidas, através de um código, a letra A corresponderia a uma pancada, a B a duas pancadas, e assim por diante. O espírito se chamava Charles B. Rosma: fora mascate: seu assassino chamava-se Bell, antigo morador daquela casa; assassinara-o com uma faca de açougueiro, dando-lhe um golpe na garganta para roubar quinhentos dólares; o corpo fora levado a adega e, na noite seguinte, enterrado ali mesmos…
Aos poucos foi formada à porta da residência de John D. FOX tuna fila com mais de trezentas pessoas e o espírito de Charles B. Rosma, pacientemente, deu a todos provas de sua presença. No dia seguinte as primeiras escavações foram feitas e descobriram-se ossos e cabelos.
Mais de cinquenta anos depois de esquecimento sobre Hydesville. Eis que alguns estudantes da aldeia, brincando no local das ruínas do barracão, notaram que havia caído parte de uma parede interna, junto ao alicerce, deixando visível um esqueleto humano quase inteiro e um baú de ferro.
Reconfirmava-se, assim, a declaração do espírito do vendedor ambulante feita havia 55 anos. Ao que tudo indica, o cadáver fora enterrado no centro do porão. Depois, conforme Sir Arthur Conan Doyle em seu livro História do Espiritismo, alarmado o criminoso pela facilidade em ser descoberto o crime, exumou o corpo para junto do muro. Ou porque a transferência se verificasse com muita precipitação, ou porque a luz era escassa, ficaram vestígios da inumação anterior.
Os espíritos se comunicam
A família do pastor não tinha mais descanso. John D. FOX removeu suas filhas para Rochester: Margaret ficou na casa de David, seu irmão, e Katherine, a mais nova, na casa de Leah, a professora de piano. Mas os fenômenos prosseguiram e verificou-se que Leah também era dotada de poderes.
Os fenômenos foram verificados, dias depois, na residência do ministro metodista A. H. Jewis e, de forma impetuosa, na do diácono Hale…
“As comunicações (haviam dito os espíritos) não se limitaram a um local; espalhar-se-ão pelo mundo. Haverá grandes mudanças no século XIX. Fatos que, atualmente, parecem obscuros e misteriosos para vocês, tornar-se-ão claros aos seus olhos. Os mistérios vão ser revelados. O mundo será esclarecido.”
Essas mensagens, obtidas com as Fox através da tiptologia (forma de comunicação obtida pela sucessão de pancadas em objeto sólido que significaria “Sim” e outra quantidade, “Não”. Logo, essa forma simples de comunicação evoluiu para uma forma mais elaborada, a chamada tiptologia alfabética), continham uma grande verdade. Como vimos, Charles B. Rosma, que escancarara, ruidosamente, a porta que separa dois mundos, já havia cedido lugar a entidades mais evoluídas. Uma dessas entidades era Benjamin Franklin, o inventor do para-raios.
Para que os mistérios fossem revelados era necessário causar impactos cada vez maiores. Os espíritos sugeriram, então, que as Fox se apresentassem publicamente.
Mas já se havia formado uma comissão para desmascarar os “possíveis fenômenos? O discurso inicial foi ouvido em silêncio, mas quando os componentes da comissão proclamaram que “não puderam descobrir nenhum processo pelo qual foram as batidas produzidas” no assoalho, portas, paredes e teto, provocando uma forte vibração no ambiente.
Também constatou-se que Margaret, Katherine e Leah Fox eram grandes médiuns de efeitos físicos, o que possibilitava as comunicações. Elas estabeleceram, no vilarejo de Hydesville, um sistema de conversação com os espíritos, através de pancadas, inaugurando o grandioso movimento espiritual mundial. As apresentações das irmãs adquiriram notoriedade e as comunicações dos espíritos ganhando o Mundo.
O Espíritos ganham o Mundo
As insólitas manifestações de Hydesville (Estado de Nova Iorque), misteriosamente surgidas na residência das irmãs Fox, em fins da metade do século XIX, rapidamente foram tomando terreno e em pouco tempo todo O Velho Continente estava a par dos rappings, das mesas girantes e dançantes e de outros fenômenos inabituais. 0 grande ruído da América comunicou-se à Alemanha, à França, à Inglaterra, à Espanha, à Itália, à Turquia e a outros países, invadindo todas as classes sociais, tornando-se a loucura da época. Revolução inacreditável nas leis físicas. Todos os objetos repentinamente pareciam ter adquirido movimento autônomo, nos pontos mais diferentes do Mundo. Em toda palestra havia sempre uma referência às mesas fantásticas.
Mesas girantes
Em Paris de 1853, principalmente, a recreação mais palpitante e mais original eram as “mesas girantes”.
Desenhos da época pintam os salões da alta aristocracia parisiense com a sua nota característica: senhores respeitáveis, senhoras e senhoritas elegantes, reuniam-se em torno de mesas redondas, espalmando as mãos um pouco acima delas (formava-se uma corrente pelo contato de todos os dedos mínimos), com o intuito de fazê-las movimentar; outro grupo tentava obter o movimento de uma bola suspensa por um fio; outro, um pouco distante, usava uma cesta munida de um lápis, sobre a qual uma dama coquette colocava a mão adornada de brilhantes, na esperança de conseguir algum rabisco numa ardósia; além, respeitável senhor de cavanhaque procurava movimentar uma cartola, sem tocá-la, é lógico. Nos mais diferentes locais, eram as experiências da moda. A conversa, tanto nas elegantes praças quanto nos ambientes mais humildes discorria invariavelmente acerca das mesas falantes e da guerra da Rússia contra a Turquia.
Quem é Hippolyte-Léon-Denizard Rivail?
Allan Kardec, cujo verdadeiro nome é Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, nasceu na cidade de Lyon (França), no dia 3 de outubro de 1804, no seio de antiga família lionesa, de nobres e dignas tradições foi um influente educador. Foi discípulo do reformador educacional Johann Heinrich Pestalozzi que foi um pedagogista suíço e educador pioneiro da reforma educacional. O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos em sua vida profissional.
A princípio, os magnetistas e outros observadores supunham que tudo fosse consequência da ação de um fluído magnético ou elétrico ou de um outro qualquer, de propriedades desconhecidas. Rivail, que bem conhecia o Magnetismo, matéria que começara a estudar em 1823, partilhava também do mesmo pensamento, como ele próprio confessa em sua obra “O que é o Espiritismo”.
Certo dia, porém, o Sr. Fortier, magnetizador com quem Rivail mantinha relações, lhe trouxe a estranha nova: as mesas também falavam, isto é, interrogadas, respondiam como se fossem seres inteligentes.
Seus testemunhos
Para que melhor se possa avaliar o perfil moral de Allan Kardec, é mister ir revivendo testemunhos por ele mesmo prestados;
“Um dos primeiros resultados das minhas observações, frisa ele, foi que os espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência; que o seu saber era limitado ao grau do seu adiantamento, e que a opinião deles não tinha senão o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, reconhecida desde o começo, evitou-me o grave escolho de crer na sua infalibilidade e preservou-me de formular teorias prematuras sobre a opinião de um só ou de alguns. Só o fato da comunicação com os espíritos, o que quer que eles pudessem dizer; provava a existência de um mundo invisível ambiente; era já um ponto capital, um imenso campo franqueado às nossas explorações, a chave de uma multidão de fenômenos inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era conhecer o estado desse mundo e seus costumes, se assim nós podemos exprimir. Cedo, observei que cada espírito, em razão de sua posição pessoal e de seus conhecimentos, desvendava-me uma face desse mundo exatamente como se chega a conhecer o estado de um país interrogando os habitantes de todas as classes e condições, podendo cada qual nos ensinar alguma coisa e nenhum deles podendo, individualmente, ensinar-nos tudo”.
Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, prosseguiu com devotamento exemplar seus estudos acerca da comunhão entre o mundo dos encarnados e o dos desencarnados.
Acumulara o fruto de intenso trabalho, revendo anotações anteriores feitas e procedendo a retificações sugeridas pelos espíritos que o assistiam em tão nobilitante labor.
Inicialmente, o professor Rivail esteve aponto de abandonar as investigações, porquanto não era positivamente um entusiasta das manifestações espíritas. Premido também por preocupações de outra ordem quase deixou de frequentar as sessões, somente não o fazendo em atenção a pedidos reiterados dos Srs. Carlotti, René Taillandier membro da Academia Francesa, Tiedeman-Manthèse, Sardou, pai (Léandre Sardou) e filho (Victorien Sardou), e Didier, editor da Academia, que acompanhavam havia cinco anos o estudo desses fenômenos e tinham reunido CINQUENTA CADERNOS DE COMUNICAÇÕES DIVERSAS, que não conseguiam por em ordem.
O Livro dos Espíritos
O árduo trabalho de compilar, separar, comparar, condensar e coordenar as comunicações dos espíritos recebidas, só poderia ser realizado por um sábio como Rivail, e ele foi delegada essa ingente tarefa.
Pouco a pouco erigia-se a base de um monumento filosófico-religioso. Com o concurso de mais de uma dezena de médiuns, auxiliados direta e indiretamente por uma plêiade de Espíritos Superiores superintendidos pelo Espírito de Verdade, ele desenvolvia, completava e remodelava aqui e ali o seu trabalho. Em 11 de setembro de 1856 recebia na casa do Sr. Baudin a seguinte comunicação mediúnica assinada por “Muitos Espíritos”:
“Compreendeste bem o objetivo do teu trabalho. O plano está bem concebido. Estamos satisfeitos contigo. Continua; mas lembra-te, sobretudo quando a obra se achar concluída, de que te recomendamos que a mandes imprimir e propagar. É de utilidade geral. Estamos satisfeitos e nunca te abandonaremos. Crê em Deus e avante.”
Corre o tempo e, em princípios de 1857, entrava para o prelo da Livraria E. Dentu (Palais Royal, Galerie d’ Orléans, 13, Paris) a obra que seria O clarim do “Consolador” prometido por Jesus.
Novos trabalhos de revisão e melhoramento, A 18 de abril de 1857, finalmente era dado à luz, “O Livro dos Espíritos”.
A primeira edição era em formato grande, com 176 páginas, apresentando o assunto distribuído em duas colunas, a da direita para as perguntas, e, à esquerda, a coluna para respostas. Quinhentos e uma perguntas tratavam do assunto contido nas três partes em que se dividia a obra: “Doutrina Espirita”, “Leis morais”, “Esperanças e Consolações”. A segunda edição revista e aumentada com o concurso dos espíritos, e acrescida de grande número de instruções novas e ampliada para 1019 perguntas.
Surge Allan Kardec
“No momento de publicá-lo, diz H. Sausse, o autor ficou muito embaraçado em resolver como o assinaria, se com o seu nome, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, ou com o pseudônimo. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de o assinar com o nome de Allan Kardec, nome que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos Druidas.”
A obra alcançou êxito surpreendente, o Sr. G. Du Charlard, num belo artigo publicado no Courrier de Paris, de 11 de junho de 1857, escrevia, entre outras coisas: “O Livro dos Espíritos”, do Sr. Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do infinito, e estamos convencidos de que esta página será assinalada.”
“A todos os deserdados da Terra, a todos quantos avançam ou caem, regando com lágrimas o pó da estrada, diremos: Lede “O Livro dos Espíritos”; ele vos tomará mais fortes. Também aos felizes, aos que em seu caminho só encontram as aclamações da multidão e os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o e ele vos tornará melhores.”
“Data do aparecimento de “O Livro dos Espíritos”, sentenciou a Revue Spirite de 1869, a fundação do Espiritismo que, até então, só contava com elementos esparsos, sem coordenação, e cujo alcance nem toda gente pudera apreender. A partir daquele momento a doutrina prendeu a atenção de homens sérios e tomou rápido desenvolvimento. Em poucos anos, aquelas ideias conquistaram numerosos aderentes em todas as camadas sociais e em todos os países.”
Que contém este luminoso livro? Contém, conforme diz, em síntese, o frontispício da obra, os Princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade. É uma obra de filosofia, não a filosofia que se entroniza em alturas abstratas, mas aquela acessível às inteligências mais humildes.
Trabalhando com desprendimento e desinteresse, sacrificando a sua saúde e o seu repouso, onde hauria Kardec as forças para levantar tão gigantesca obra? Certamente responderia ele, como Pestalozzi: “Foi o amor que tomou possível a minha obra.”
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